segunda-feira, 25 de agosto de 2014

100 anos de Palmeiras

Na rua perto de casa, a gente jogava bola quase diariamente. Chegava à tarde, por volta das 16 horas, e a molecada gritava do portão: mané, mané. Era o convite que trazia como exigência a minha bola de capotão. E lá íamos nós jogarmos gol caixote. Três contra três. Às vezes até quatro contra quatro. Era uma variante muito mais irreverente da forma como se joga futebol atualmente com suas escolinhas e treinadores sempre aporrinhando sobre esquemas táticos ou formas de bater na bola. A gente se dividia no trio com o maiorzinho na zaga, o mais habilidoso no meio e o mais rápido na frente. A regra era simples. Quem marcada três gols antes tirava o outro time, independente do tempo. As traves eram feitas de madeira reaproveitada e as redes um dia foram lançadas ao mar.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

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Crônicas dos Excluídos: Papagaio de prédio*

Eu diria que é raro alguém deixar nossa dirigente em apuros retóricos, sem palavras, mas naquele dia aquela senhora a deixou. Mais do que isso, a deixou sem voz e contra-argumentos. Tanto que Pimenta (seu apelido no meio sindical) se calou e apenas ouviu atentamente a exposição feita pela doce anciã. A prosa fluía por seus lábios como se fosse decorada, ensaiada exaustivamente com refinamento que até Constantin Stanislavski assinaria embaixo. Uma vez o diretor expôs: “A fala é música e quando se controla seus movimentos e lhes acrescenta palavras e voz (coerentes), parece-me que isso se torna tão harmonioso ao ponto de se tornar um lindo cantar”.

domingo, 17 de agosto de 2014

Golpe por centavos

 O terminal de ônibus está lotado. Reflexo da demora do Ligeirão que nem a substituição de prefeito conseguiu parar. As pessoas, cabisbaixas, interagem com seus celulares. De repente, um aplicativo vindo de fora de seus celulares chama-lhes a atenção.  É uma voz, grossa. Todavia, o 'App real’ não é suficiente para despertar o interesse de muitos, que se mantêm-se firmes na tela de seus smartphones ou de rabo de olho no horizonte em busca do azulão que não se aproxima. Mesmo assim, o timbre e seu dono, insistem:

– Dá algum dinheiro para o morador de rua. Ajudem o movimento dos moradores de rua com algumas moedas.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Axiomas asfixiados: Girando

Axiomas asfixiados: Girando
Todo mundo que quer mudar o mundo não percebe que o mundo muda continuamente, independente dos nossos esforços.