quinta-feira, 8 de maio de 2014

Rapsódia do amor





Ah, o amor!
o amor corre pelas veias
aquecendo a pele e arrepiando o pelo dos amantes
É um uivo que dispara os corações e deixa os olhos
vidrados em busca do seu bem querer
É um sussurro no íntimo da razão que a intima
a se despir aos fluídos de uma doce paixão

Ah, o amor!
o amor escorrega por entre os dedos
no anseio desesperado de ser agarrado
É concerto, é pizzicato beliscando os sentidos
e fazendo-nos cócegas nos lábios até roubar o sorriso
É tango, juntinho, instintivo, vidente, num emaranhado
que dengosamente desiste de se soltar

Ah, o amor!
O amor é verso sem fim
que se declama com um beijo
É prosa tortuosa fluindo pelas declarações
e compreendida por ambos mesmo sem que haja nexo
É dizer sem escólio, impreciso, é código indecifrável


numa obra introduzida em nossas vidas por marcantes reticências...

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Manolo Ramires - 08 maio

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