Na rua perto de casa, a gente jogava bola quase diariamente.
Chegava à tarde, por volta das 16 horas, e a molecada gritava do portão: mané,
mané. Era o convite que trazia como exigência a minha bola de capotão. E lá
íamos nós jogarmos gol caixote. Três contra três. Às vezes até quatro contra
quatro. Era uma variante muito mais irreverente da forma como se joga futebol
atualmente com suas escolinhas e treinadores sempre aporrinhando sobre esquemas
táticos ou formas de bater na bola. A gente se dividia no trio com o maiorzinho
na zaga, o mais habilidoso no meio e o mais rápido na frente. A regra era simples.
Quem marcada três gols antes tirava o outro time, independente do tempo. As
traves eram feitas de madeira reaproveitada e as redes um dia foram lançadas ao
mar.
segunda-feira, 25 de agosto de 2014
quinta-feira, 21 de agosto de 2014
segunda-feira, 18 de agosto de 2014
Crônicas dos Excluídos: Papagaio de prédio*
Eu diria
que é raro alguém deixar nossa dirigente em apuros retóricos, sem palavras, mas
naquele dia aquela senhora a deixou. Mais do que isso, a deixou sem voz e
contra-argumentos. Tanto que Pimenta (seu apelido no meio sindical) se calou e
apenas ouviu atentamente a exposição feita pela doce anciã. A prosa fluía por
seus lábios como se fosse decorada, ensaiada exaustivamente com refinamento que
até Constantin Stanislavski assinaria
embaixo. Uma vez o diretor expôs: “A fala é música e quando se controla seus
movimentos e lhes acrescenta palavras e voz (coerentes), parece-me que isso se
torna tão harmonioso ao ponto de se tornar um lindo cantar”.
domingo, 17 de agosto de 2014
Golpe por centavos
O terminal de ônibus está lotado. Reflexo da demora do
Ligeirão que nem a substituição de prefeito conseguiu parar. As pessoas,
cabisbaixas, interagem com seus celulares. De repente, um aplicativo vindo de
fora de seus celulares chama-lhes a atenção. É uma voz, grossa. Todavia, o 'App real’ não é
suficiente para despertar o interesse de muitos, que se mantêm-se firmes na
tela de seus smartphones ou de rabo de olho no horizonte em busca do azulão que
não se aproxima. Mesmo assim, o timbre e seu dono, insistem:
– Dá algum dinheiro para o morador de rua. Ajudem o
movimento dos moradores de rua com algumas moedas.
sexta-feira, 15 de agosto de 2014
Axiomas asfixiados: Girando
Axiomas asfixiados: Girando
Todo mundo que quer mudar o mundo não percebe que o mundo muda continuamente, independente dos nossos esforços.
Todo mundo que quer mudar o mundo não percebe que o mundo muda continuamente, independente dos nossos esforços.
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