quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Crônica: Um dia Detestável

 Muitos fatores podem contribuir para um dia detestável. O clima é um deles. Talvez o principal. Como o dia de hoje, pós feriado, em que o céu ganhou contornos gris, as nuvens lavaram a atmosfera e os colos ganharem echarpes. As palavras poéticas, no entanto, não amenizam o quanto esse tempinho fechado é desagradável. Basta por o pé para o lado de fora, antes da esquina, e se você não estiver de galochas, as meias já ficam todas molhadas. As calças e o vestuário de cima também. Um horror. Uma lástima que cresce em desprezo quando temos que nos equilibrar para andar segurando o guarda-chuva (ou GPS de poça) numa mão e o celular na outra. Que tristeza.

Mas esse dia detestável pode ser contornado com algumas medidas. Não vamos tratar aqui de carros, de táxi, de desmarcar compromissos, porque são benefícios da burguesia. Eu miro no povo. Naquele que se apequena no ponto de ônibus, que trabalha a pé, de bicicleta e afins. Para nós, nada melhor do que arrancar a roupa e tomar um bom banho. Assim, se desfaz o dia intolerante.

E é certo que um dia de chuva, para muitos, não é um tão detestável. Vide a galera "deboas", que pode até enxergar um benefício no aguaceiro. Chuva enche represa de água que está baixa. É um argumento bom, embora prefira que seja utilizado apenas no pé da serra.