1 - Tem ficado
comum neste país o povo negar a cultura como se isso fosse demonstração de
"elevação intelectual". O futebol já sofre desse mal quando tentam
por na conta de sua expressão a culpa pela incompetência e corrupção de
cartolas. O povo só pensa em futebol! Yes, da Alemanha à Inglaterra, passando
por Espanha e Itália, The people like football.
2 – Agora chegou a vez do Carnaval. Contra ele, pedras e impropérios
foram atirados de todos os lados. Mas o Carnaval devolveu tudo em confete e
serpentina. Tem zika, é culpa da folia.
Tem crise, é responsabilidade do folião. Tem juros e corrupção, põe na conta do
bloquinho. E o Carnaval passou porque é passarinho.
3 – Passou bem por Curitiba, vejam só vocês. Seja no pré-carnaval de Garibaldis
e Sacis, seja no eletrônico, seja nos desfiles das escolas de samba ou no
Zumbie Walk. Curitibanos, aos poucos, vão colocando o samba no pé e a fantasia
na cara carrancuda. O Carnaval também passou feliz e malandro por São Paulo. Na
terra da garoa, abadas e cordas foram proibidas por Haddad. O resultado é mais
de 350 blocos espalhados pela cidade e R$ 400 milhões em retorno financeiro,
provando que a festa pode trazer dinheiro, além de sorriso e azaração.
4 – Azar tiveram – ainda bem – os machinhos. Isso porque não foi o “Japonês
da Federal”, Cunha, Lula ou Dilma as maiores críticas do carnaval. O povo
vestiu a camiseta contra qualquer abuso. Os caras tiveram que respeitar as
minas, pois “se a abordagem for agressiva, meu número é 180”.
5 – O Carnaval venceu, junto com a Estação Primeira de Mangueira. Venceu
a tradição, o respeito, a raiz. Venceu a escola que exalta a comunidade, o
povo, e a cultura nacional. No carnaval da metralhadora, “canção” que normaliza
a violência, o que ficou no fim é a mensagem contra a intolerância religiosa, a
exaltação do afro, de Bethânia. Ficou a mensagem do Carnaval: Não mexe
comigo, eu sou a menina de Oyá.
Nenhum comentário:
Postar um comentário