sexta-feira, 8 de maio de 2015

Artigo: Cai um covarde

Sei que não se deve bater em quem está caído, como fez o Choque no dia 29 com os manifestantes. Contudo, não há como deixar de se observar que Fernando Franceschini é um político covarde. Covarde na prática, não na valentia. Não a toa cabe-lhe o apelido “Valentão do PIG” e “Batman das Araucárias”. Pois sua carreira se sustenta em um imenso gogó e em pouca ação política construtiva. Cinco episódios recentes confirmam a característica de covarde.

O primeiro deles foi realizar uma campanha política ausente de propostas e centrada no ódio e no preconceito. Não se via em sua plataforma qualquer discurso ou iniciativa relacionada à redução da violência, uma vez que é policial federal. A escolha de Franceschini, pelo contrário, foi no sentido de marginalização dos movimentos sociais, no discurso fácil da redução da maioridade penal e, principalmente, no ataque a um partido político sem oferecer qualquer alternativa de desenvolvimento como reforma política e partidária. Com o bordão “Fora Dillma e leve o PT junto”, ele se elegeu com votos reacionários e conservadores.

O segundo episódio de covardia ocorreu quando ele, já secretário de segurança pública, aparece em programa policial com uma pistola na cintura. Imagem digna de pistoleiro, de faroeste. Na conversa, o conteúdo era o que menos importava. A escolha foi pelo convencimento através da intimidação. Muita gente aplaudiu a atitude, afinal, bandido bom é bandido morto e a lei se fazia presente. Contudo, o revólver pendurado na cintura impede que quem está do outro lado possa fazer um confronto de ideias sem temer o saque da arma
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 Por outro lado, é justamente o terceiro momento em que a aparente valentia se transforma em covardia. Isso ocorre quando a ‘autoridade’, durante a primeira greve dos professores, é impedida por um professor de permitir a entrada dos “Deputados do Camburão” para votar o saque na previdência. A imagem de Franceschini, se escondendo atrás da tropa, dá a dimensão de uma sociedade que grita muito, bate panela, mas no mano a mano, se esconde até do debate.

Fuga que se repetiu ao tentar se eximir do massacre nos servidores públicos culpando a mesma tropa. Ora, até as capivaras de Curitiba sabiam que havia sede de vingança, que o forte aparato policial e às duas horas de bombas visavam também restabelecer a imagem da autoridade pública. Contudo, o que a covardia bombada não previa era a musculatura da opinião pública. Do pior jeito, Franceschini aprendeu que não basta se segurar em uma campanha anti-partidária para ter apoio da sociedade. Ao perceber isso, pois a culpa na PM, que se rebelou.

O último ato de covardia se desenhou ao tentar ficar no cargo. Ao implorar, segundo fontes oficiais, ao governador para ser mantido. Afinal, o Batman não podia ser derrotado e Curitiba City não podia ficar a mercê dos malvados Black blocs – mais este clichê sustentando por Franceschini. Tivesse saído, feito elogio a tropa e admitido alguns excessos, poderia manter em estima para muitos a sua imagem. Sairia injustiçado. Mas preferiu rastejar e acusar as forças policiais. Como servidor público, ele deveria conhecer a máxima: “governantes passam, a instituição fica”.


Agora, enfim Franceschini cai como covarde. Ou é empurrado por outro covarde um pouco mais forte que anda balançando. 

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