A mudança de clima em Curitiba tem origem. Ela teve
epicentro em uma partida de futsal realizada no Jardim das Américas. Lá ocorreu
um confronto que até saiu faísca. A partir da quadra, o clima esquentou, os
ânimos se elevaram, formando uma tensão no ar. A atmosfera, tentando abafar o
caso, reuniu as nuvens, esfriou o clima e enviou uma chuva como mensagem aos
semideuses. Sem sucesso, a única coisa
que conseguiu fazer foi criar uma goteira no teto e uma poça na quadra. É verdade
que um deles escorregou por um instante, mas nada o que fizesse perder sua
força.
Se a atmosfera não teve sucesso em minimizar o racha entre
as duas equipes que repetiam, nas quartas-de-final do Torneio de Futsal do
Sindijor,o duelo ocorrido no primeiro jogo da competição, também do alto, os errantes
humanos alimentavam a discórdia. Alguns incentivam Trovão, senhor de sua
equipe, cérebro de um futsal clássico, com muita troca de bola e de
posicionamento. Algo até incoerente com seu nome, uma vez que seria espelho
dessas ações térmicas que inundam cidades, derrubam árvores, apagam postes de
luzes, semáforos, entre outros. Certo é que nervosinho é o relâmpago. Talvez
Trovão seja apenas aquele responsável por distribuir os raios, ou os passes que
culminam em gols.
Por outro lado, havia uma torcida deslumbrada por Thor e
suas habilidades extraterrestres. Alguns até tentavam menosprezar seus poderes,
caracterizando apenas como “o cabeludo” ou alegando que ele era muito violento
nas entradas e no confronto com os adversários. Uma falsa polêmica. Uma
tentativa frustrada de transformar o herói em inimigo ou de opor ainda mais os
colegas de clima, pensando na futura semifinal. Quem conhece Thor, na versão
mitológica, sabe que seu objetivo é proteger a humanidade e promover a
santificação, a fertilidade e a cura. Já quem se aproxima de Thor na versão
humana logo observa seu caráter amável, sua preocupação com a cultura e em
tornar a sociedade cada vez menos conflituosa. A única diferença entre o deus e
o humano é que o primeiro carrega um martelo enquanto o segundo dá marteladas
com sua perna esquerda quando chuta a bola.
Não houve mortos na partida entre Relevo de Thor e
Ace/Gazeta de Trovão. Mas houve baixas. Se não é incorreta a informação, uma
expulsão de cada lado, além de vários cartões amarelos distribuídos pela arbitragem.
Como resultado final, embora Trovão, com
seu esquete cerebral tenham começado o confronto com dois relâmpagos na rede,
Thor e seus aliados ágeis tomaram controle das ações. Com um Martelaço do meio
da quadra no ângulo do gol, Thor e seu profundo Relevo avançaram para a semifinal.
Coitados de seus adversários.
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Manolo Ramires
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